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Conde da Boa Vista #1 - Edson, o flautista

  • Matheus Fábio
  • 12 de fev. de 2015
  • 3 min de leitura

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Quem passa diariamente em uma das principais avenidas da cidade do Recife, o Conde da Boa Vista, muitas vezes não percebe a infinidade de pessoas que estão ali para ganhar seu sustento das mais diferentes formas, sejam elas com camelôs, em lojas, vendedores ambulantes e até mesmo artistas que buscam apenas alguns minutos de atenção das milhares de pessoas que passam pelas calçadas afim de garantir ao menos alguns trocados.


É bastante complicado atrair a atenção de pedestres em turnos movimentados como pela manhã e fim de tarde. A correria do dia-a-dia não permite, muitas vezes, uma simples parada para apreciar alguém talentoso, que usa do que sabe fazer de melhor, muitas vezes desde a infância, ou com um aprendizado passado de geração em geração (pai para filho), ou por sonho, para simplesmente ter uma renda, ou tentar alegrar as pessoas quando usa seus artifícios como um hobbie. Foi isso que encontramos em mais uma de nossas visitas nesse grande centro comercial que reúne milhares de pessoas todos os dias.


Edson, é um senhor, já de idade, que se vê feliz com o que faz atualmente.


Sendo evangélico, ele toca na principal avenida há cerca de 1 ano mudando-se de outro ponto por questões de melhor visibilidade e lucro. Já sua afeição pelo instrumento que manuseia, a flauta, veio ainda em 1987, quando se viu interessado em aprender a tocar por apreciação. "É bom, ainda dá pra ajudar meu pai e a menina que eu gosto, porque sou solteiro", diz ele empolgado por estar contando a sua história. "Dá pra me manter, graças a Deus", completa. Muito religioso, Edson sonha em cantar um dia e terminar de aprender a tocar teclado, para muito em breve entrar no Ministério de Louvor de sua igreja.


Os estilos que mais gosta de reproduzir são a música clássica, por causa da influência do instrumento e também a música gospel, que inteligentemente é adaptada por ele para ser entoada por notas de sua flauta, que encanta muitos que passam no local e acabam deixando algumas moedas, ou até notas altas. "Antes de tudo, Deus plenamente. Porque o maior mandamento que ele deixou para nós foi o amor, e por conta disso eu sinto que as pessoas que passam por aqui também sentem isso com meu som", responde João quando o perguntamos se ele tem uma frase ou um ensino para dar para as pessoas mais jovens.


O artista realmente gosta de onde está e como está.


Ainda nos anos 80, largou o emprego de vendedor de ferragens para se dedicar ao instrumento no qual hoje domina com propriedade. "Teve um dia que chegou um cara com um tabuleiro cheio de flautas, achei bonito, me interessei e comprei uma. Antes tinha um grupo dos meus amigos de escola, mas não tinha me interessado tanto quando eu comprei naquele dia", conta ele indicando como tudo começou. Sempre alegre e sorridente, diblando as dificuldades da vida, seu Edson, no final, nos deixa filmar uma parte do seu trabalho como registro do que aconteceu no dia, em que, inesperadamente, um grupo de jovens "abre" as páginas da sua vida por um fascínio á primeira vista por um trabalho exacerbadamente brilhante, onde, é possível aprender que fazer o que gosta é muito além de fazer para se manter, mas fazer para se viver, ter um bem-estar e compartilhar amor com o próximo baseando-se no que previamente acredita.


Palmas para Edson, nosso grande artista do Conde da Boa Vista.



 
 
 

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© 2015 por RAYANNE ALBUQUERQUE e MATHEUS FÁBIO

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